Quem espera...
Flutuando além dos tetos
Por sobre edifícios
Matas e mares
Olhos espertos
Em todos os turnos
Incansável e perscrutador
Vejo-me voyeur
Cara a cara, porém dos dois,
O único a perceber
Estudo os gestos
Calculo os passos
Persigo passo a passo sem nem descansar
Ora concentrado
Ora relaxado
Mas cumprindo à risca o que me propus achar
E sigo trôpego
Às vezes sem fôlego
A minha missão
E neste caminho
Eu não estou sozinho
Vejo outras pessoas na perseguição
Como na loteria,
Uns tem a alegria
De serem enxergados
Outros pensam que não
Mas foram encontrados
E não perceberam àquela visão
Eu falo da sorte
Do tiro certeiro
De como alcançar a felicidade
Às vezes tão perto
Ou inalcançável
E outras em via de revelação
Como bóia na noite
Num mar de esperança
Que o náufrago alcança como solução
E fica esperando
O tempo passando
E só vê ao longe a embarcação