Chuva na minha janela, plantas e vento

Vento - traga leve meus sonhos para os corações puros

Delicada e marcante, leve meus sonhos daqui desse quarto

Compartilhe meu desejo, meu cheiro e meu sabor para todos

Acalme as mentes nessa noite, enquanto não adormeço

Chuva - lave o ódio, o rancor dos inocentes

Deixe escorrer a inveja e a solidão

Que a água seja abençoada com o cheiro das cidreiras

Que me deixe sentir o arrepio do frio

Não tenho nada mais a fazer se não compartilhar desejos

Nem sequer sei se vão me desejar uma boa noite de chuva

Sozinho espreito entre letras que nem sequer tem esboços

Só escrevo e penso em formas. Intensa, tenaz e pura sensação

Que esse vento não esfrie seus pensamentos entre as estrelas

Amanhã o céu pode te contemplar com o azul das gotas de chuva

Que haja cantos de pássaros na minha janela, ou em cima das plantas.

Que o frio não seja cinza, e que o sol amanhã apareça.

(Hugo Jardel em 25 de junho de 2012).