Traga-me um papel

Traga-me um papel

Para que nele eu possa escrever

O que quero que você saiba

Antes do dia que hei de morrer

Solidão me foi por companhia

Por anos e mais anos a andar

Pelas estradas que trilhei

Desde que minhas mãos resolveu soltar

De uma coisa ao certo eu sei

Que nunca mais eu me esqueci

Do arroz doce que um dia você fez

E dele eu jamais comi

Mas me lembro de você me contando

Como foi que aconteceu

Para fazer aquele arroz doce

A tristeza que te deu

Ainda no doce arroz

Queria que eu tivesse provado

Para saber seus dotes culinários

E descobrir se eu teria gostado

Oras amada minha

É óbvio que eu amaria

Arroz doce é coisa boa

E com certeza eu gostado teria

Hoje quando como um

É impossível não lembrar

Do dia que você fez

E que infelizmente eu não estava lá

Vou terminar estes versos liberadores

Que me fazem pra fora jogar

As tristezas que comigo levo

E para a realidade voltar

Mais tarde por aqui volto

Pois minha vida é mesmo assim

Um poema aqui outro ali

Até que um dia me chegue o fim

As cartas para Kely
Enviado por As cartas para Kely em 18/09/2024
Código do texto: T8154420
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