Traga-me um papel
Traga-me um papel
Para que nele eu possa escrever
O que quero que você saiba
Antes do dia que hei de morrer
Solidão me foi por companhia
Por anos e mais anos a andar
Pelas estradas que trilhei
Desde que minhas mãos resolveu soltar
De uma coisa ao certo eu sei
Que nunca mais eu me esqueci
Do arroz doce que um dia você fez
E dele eu jamais comi
Mas me lembro de você me contando
Como foi que aconteceu
Para fazer aquele arroz doce
A tristeza que te deu
Ainda no doce arroz
Queria que eu tivesse provado
Para saber seus dotes culinários
E descobrir se eu teria gostado
Oras amada minha
É óbvio que eu amaria
Arroz doce é coisa boa
E com certeza eu gostado teria
Hoje quando como um
É impossível não lembrar
Do dia que você fez
E que infelizmente eu não estava lá
Vou terminar estes versos liberadores
Que me fazem pra fora jogar
As tristezas que comigo levo
E para a realidade voltar
Mais tarde por aqui volto
Pois minha vida é mesmo assim
Um poema aqui outro ali
Até que um dia me chegue o fim