Escrito ao longo de cinco dias no hospital

 

 

O Limbo da Espera

 

Na cadeira que molda minha dor,

Conto os segundos entre batidas e suspiros,

Entre o medo do fim e a esperança,

Que pulsa fraca, mas constante,

Nesse limbo entre a vida e o que se espera.

 

Máquinas sussurram segredos que não entendo,

Como mãos invisíveis sustentam seu fôlego,

Aquele que outrora sustentava vidas,

Agora depende delas,

E eu dependo dele.

 

Cada boletim é um espelho trincado,

Refletindo versões distorcidas do amanhã,

Esperanças que nascem para morrer,

E renascem no compasso de um batimento,

Que insiste em lutar contra o silêncio.

 

As horas se alongam, infinitas,

No frio de uma sala que não acolhe,

Mas minha fé se agarra ao impossível,

Porque é tudo o que me resta,

Além do som ritmado das máquinas.

 

O sol lá fora ilumina um mundo que não vejo,

Aqui dentro, só há um desejo,

Que ele volte a ser inteiro,

Que o ciclo se quebre,

E que a vida reencontre seu curso.

 

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Leia o texto que deu origem a esta poesia. Esperança entre Máquinas e Memórias

 

A Sales
Enviado por A Sales em 25/08/2024
Reeditado em 27/08/2024
Código do texto: T8136779
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