Surpreendente paz

Catando latinhas na rua

Ninguém lhe dava atenção

Ele tava sempre na sua

Apenas um humilde cidadão

Todo dia que o lixeiro

Passava naquele bairro

Ele era mais ligeiro

Passando antes com seu carro

Se bem que nem carro é

Na verdade é uma carroça

Ele caminha nas suas com fé

Mesmo com olhares que o destroça

Era um homem invisível

Pra muitos apenas mais um

Com uma coragem incrível

Não temia a mal nenhum

O seu nome ninguém sabe

Ninguém nunca ousou perguntar

Trabalha o dia todo e à tarde

Ele procura um lugar pra ficar

Um dia comum de repente

Num frio de cortar a alma

O homem estava deitado

Com uns papelões como capa

Não tinha um cobertor

Apenas uns pequenos trapos

Com um vento devastador

Alí ele era só mais um ignorado

Então passa por um homem e traz comida

Leva coberta pra moço e fala que tem acolhida

O moço com o rosto tremendo não consegue falar

O rosto está todo queimado, do frio a lhe queimar

Mas ele balança a cabeça de uma forma positiva

E o outro homem o leva sorrindo e com alegria

Pergunta ao humilde homem porquê ele vive nas ruas

E o homem lhe responde, a história é longa de luta

E também fala pro outro, ninguém aqui me enxergou

Passavam por cima de mim, e olha só como estou

Todo mundo com pressa, e ninguém quis ajudar

Até que passou o senhor e veio me abraçar

O mundo tá tão confuso, ninguém escuta ninguém

Todo mundo egoísta, só olham o que se tem

O homem emocionado, com a lição desse homem

Que mora ali nas ruas, com a miséria que lhe consome

Mostrou pra ele em minutos, que a vida é bem cruel

Pra muitos é um inferno e pra outros é um céu.

Depois de passada a noite dormindo ele se despede

Agradeceu a estadia, sorriu e lhe disse até breve

O homem que o ajudou, sorriu num brilho de luz

Etão se deu por conta que seu nome não perguntou

O homem com humildade falou o meu nome é Jesus

Você vai me verá logo logo, pois em toda parte eu estou!

Poemicida
Enviado por Poemicida em 29/03/2022
Código do texto: T7483631
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