FECHANDO O CÍRCULO
Naquele momento de grande solidão,
restava-me somente falar com o coração
de forma discreta, concreta, ou abstrata.
Nestes momentos de pura abstração,
preciso eu, espírito, ser livre e voar,
como o condor, pairando no ar.
Ar rarefeito provocava em mim efeitos
até sensações que ainda eu não queria
ter que ficar sozinho e por mais um dia.
Durante todo o dia em que me dispusera,
queria deixar o sonho e toda quimera,
concretizar a fantasia de minha espera.
E nesta espera de forma tão presente,
que transformava e animava a gente,
eu me portava como um ser pensante.
E este ser que pensava em desistir,
quando a solidão lhe vinha visitar,
tinha motivos pra não resistir.
Fiz resistência em forma de poesia,
era sublime, do jeito que eu queria,
era matéria de minha inspiração.
A inspiração que eu já tivera antes
não vinha só e do jeito que queria,
a solidão também ali residia.
13/11/07-VEM-