Bolinha de Sabão

Ela ascende livre e leve, ao seu redor tudo refletindo

É possível ver através dela, e mesmo a senhorinha na janela

Aperta os olhos fitando o céu, enquanto ao alto ela vai subindo.

Ela é feliz no seu sonho furta-cor, e conforme a luz vai incidindo

Sua superfície vai traduzindo sua aquarela interior.

Todos da vila se apertam para poder admirá-la,

Ela ecoa a vida e o mundo, e eu percebo mesmo que por um segundo,

a beleza de encontrá-la.

À força da brisa se vai viajando pelo mundo à toa

E de repente ela é cinza como as matas, é amarela como os rios,

é negra como as praias e o pássaro que a sobrevoa.

Quando o menino lhe soprou, foi belo seu nascimento,

mas pasma nesse momento, pressentindo o triste fim.

Um silvo melancólico soa, e ela aguarda uma brisa boa conduzir-lhe para mim.

Nasceu refletindo a vida, mas olha pra tudo agora!

o mundo não parece mundo e eu percebo mesmo que por um segundo,

a beleza indo embora.

No rebuliço do vento, vê chagada sua hora,

levando-a de volta à vila pro povo que a viu partir

E então ela estoura.

Mas não antes de sorrir. Pois sentiu brotar a esperança, a fé e a confiança

no final ao refletir, o meu sorriso de criança.

Alex Andrade
Enviado por Alex Andrade em 09/09/2021
Código do texto: T7338763
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