Atiro-me ao mar
Atiro-me ao mar
remo em direção ao horizonte.
Não sei o que há lá,
mas quero me afastar da praia ao máximo.
Remo e remo
com força e
sem tempo.
O medo atrás,
por todos os lados.
Praia,
inconstância.
Procuro ilha de rochas,
onde os pés não irão
afundar na areia.
Procuro abrigo do sol,
do medo.
Dessa vez eu vou,
encontrarei
não mais falsos corais,
que de belos
cortam fatais.
Refugio-me no azul:
mar e horizonte.
Possibilidades.
A água entra, me joga,
as ondas me levam e
de repente
estou de volta.
Agora sem barco,
agora decoberto.
Sabem o que quero,
e isso não importa,
pois não há saídas.
14 de fevereiro de 2021.