Novas Folhas

As folhas estavam brancas com um leve toque esverdeado, buscavam apoio em uma madeira que fora tingida de azul e combo passar dos anos havia se tornado áspera.

Quando aquele que tentava, não tão em vão assim, escrever, palavrear aquelas folhas que tampouco eram tão brancas, era cortado pela madeira e doía naquele que era se não uma mão segurando firme uma caneta.

A cada manhã ele caminhava atéa janela segurando sua xícara cheia de café e os seus olhos se enchiam de natureza, respirava, fundo.

Observava a mesa com a madeira azul sem vida, em tentativas não tão vãs assim modos de escrever naquelas folhas que eram verdes, suas mãos se lastimavam naquele lugar, áspero.

Uma coragem que há muito ele se esquecera surgiu como surge a esperança aos entardeceres, sentindo-se um pouco cansado ele respirou, dessa vez não tão fundo, não tão pesaroso.

Os versos que faziam que até as lágrimas doessem não lhes doíam tanto, ele olhou para a madeira quebrada, as folhas esverdeadas com partes marrons foram ficando distantes, não! Foi ele que se distanciou.