Na beira do caminho

Ela sentou na beira do caminho

Não porque estava cansada

Ela apenas quis admirar a beleza da vida

Seus anos passados

Suas histórias em hiatos

Olhou para suas mãos calejadas

Viu marcas de exaustão

O rosto jamais o vira

Não se tinha espelhos por aquelas bandas

Sentia a textura seca da pele ao toque

Sabia que a aridez poderia marcar a face

Como faz com o chão

Rugas se formavam na terra batida

O feixe de lenha ao lado,

A longitude buscava o fim do olhar contemplativo

Ela se levantou

Seguiu seu caminho e entendeu seu propósito