Ócio de Suassuna

Peço licença para falar como Ariano Suassuna.

O grande poeta, romancista e professor.

Só para dizer nesse meu "ócio criativo".

O que me conforta e me distrai de tanta dor.

Na ciência procurei explicação, sua virtude.

Para entender essa mortandade desmedida.

Também rezei pra me acalmar. Fiz o que pude!

Mas, volta e meia, eu cá estava ansiosa e deprimida.

Na psico-filosofia eu mergulhei com sede extrema.

Juntei Freud a Martin Heidegger e a morte à depressão.

Os dois deixaram grandes ideias sobre esse tema.

Mas foi na dramaturgia que eu encontrei aclaração.

Sobre a morte tentei buscar informações.

Mas na leitura só encontrei alguns preceitos.

E foi só com a arte que eu formei abstrações.

Que me ajudaram a mudar os meus conceitos.

Explicou Ariano, certa vez muito inspirado.

A nossa tendência a "acreditar que nunca morre".

Mesmo entre tantos também sendo um condenado

Vivendo o homem é para morte que ele corre.

Disse o autor que "a vida é arte muito dura".

Mas segundo ele ela "também é fascinante".

Todos sabem que o destino é a sepultura.

Mas vive a vida como quem está delirante.

Vive com medo de morrer e esquece tudo.

Em vez de amar o amor fica desejando.

Para não expor suas fraquezas fica mudo.

No lugar de sonhos para viver vive sonhando.

De repente tudo muda, a vida fica por um fio.

E o medo de deixar o próprio "livro inacabado".

Dita as loucuras, os pensamentos e o arrepio.

Da alma em busca do destino inalcançado.

Mas o professor do otimismo fez um alerta:

"Perder a honra é pior do que morrer".

Pois todo homem tem a morte como certa.

Mas a desonra mata o homem o fazendo esmorecer.

E como o poeta realista-esperançoso, faço um aporte.

E para sobreviver, usar suas armas eu proponho.

Pois "no combate ao desespero, a tristeza e até a morte,

Só mesmo o riso a cavalo e o galope do sonho".

Adriribeiro@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 18/09/2020
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