DEPOIS DO CREPÚSCULO AURORA REDENTORA

O crepúsculo cai sobre mim

Carregado de nevoeiro

E fumo pesado.

O medo e o espectro da morte

Rondam os meus sentidos.

Sinto-me como roupa a torcer

Dentro da máquina de lavar.

Tento escapar de mim

E não vislumbro a saída.

A cabeça quase a rebentar

Apaguei.

Sinceramente pensei

Que tinha morrido.

Lembro-me da aflição

De querer fugir

E quando atingi o pico

Uma sensação de paz

E liberdade envolveu-me.

A medo abri os olhos

E belisquei-me

Mas a dúvida permaneceu

Será que morri ou ainda vivo?

Sinto-me leve e calma

Embrulhada em transparência

E atada com incensos

Eu balanço

Empurrada pela agradável sensação

De desapego

Milagres acontecem.

O que dantes era negro

É agora colorido e brilhante.

Espraio a vista

Girando em toda a direção

Não tenho olho parietal

Não sou camaleão

Mas sinto-me o olho duma flor gigante.

Podemos viver melhor

Se não embarcarmos

Na embarcação pessimista da dor

Podemos viver melhor

Se pintarmos o mundo de outra cor

As cores da felicidade

Vermelho, branco, rosa ou laranja.

O céu já é azul e a cor do sol amarela

Grande parte do trabalho já está feito

Deus encarregou-se dessa tarefa!

O crepúsculo esfumou-se

Levando toda a dor

Dando lugar

A uma aurora redentora

Orvalhada com gratidão e amor!

©Maria Dulce Leitao Reis

Direitos de Autor 01/08/2020

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 02/08/2020
Código do texto: T7024475
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