Leve-me
Leve-me daqui
deste lugar,
que há sem sol e cansaço.
Leve-me daqui
desta monotonia,
estoque morto
sem desespero.
Leve-me por estradas
de calmaria escondida,
traços novos de Arte e mistério,
Espírito e som,
imagem e flâmulas.
Leve-me do banal
que explode em cataclismos
de conversas e sentimentos
abjetos.
Leve-me das pessoas abjetas,
falsos profetas de consumo,
casca e oco.
Leve-me mais um pouco,
aonde o mar arrebenta
nossas tristezas,
nossos enigmas mal resolvidos,
nossas lidas,
talentos,
vocações e espaço.
Leve-me onde há o espaço!
O canto de pássaros raros
e penas de ouro.
Leve-me onde haja tesouro
dessa mina do quero mais,
dessa trilha do encontrar.
Leve-me como leves
pretendemos ser:
sempre.