Chuva de esperança

Nesse meu Nordeste

Tem gente sofrida

Que cai e se levanta

E que mesmo com a ferida

Agradece por cada dia

E vive de bem com a vida.

O sertão é carrasco

Não dá trégua para ninguém

Aquele pobre animal

Morre na seca aquém

Deixando triste seu dono

Aquele que da seca é refém.

No entanto, uma coisa é certa

Em meio a isso tudo

A esperança

Permanece sobretudo

A que dar força para enfrentar

Esse verão obscuro.

Quando piga uma gota

O cheiro de terra molhada

É exalado e, então

Ouve-se a passarada

Uma orquestra sinfônica

Na qual o homem faz a cantada.

Os braços se estendem

Em forma de agradecimento

Por esse momento tão esperado

Que espanta o sofrimento

Passou a ter vida agora

O que estava morto e cinzento.

Cada gota

Uma esperança

É olhar para um senhor

E ver o sorriso de uma criança

E o poder transformador

Da chuva de esperança.