SONHO BOM - COM QUEM ME DEIXA LEGAL
Sentados. Um banco qualquer - mas muito especial. Nada à volta. Havia pessoas, lojas, conversas, passos, risadas. Ainda assim: não havia nada.
Eu, despedaçado e diminuído. Tu que não sei como estava. Sei podia me ver. Não era mais invisível. Se fujo de mim mesmo, de ti não consigo.
Falamos sobre a vida, ou qualquer outra coisa. Não. Você falava. Eu ouvia. Deslizei no banco até certa altura. Colocou a mão sobre a minha cabeça. Acarinhando devagar.
Nulificando tudo à volta. Fazendo com que mais nada existisse.
Essas mãos (ex)pedindo amor...
Fizeram com eu fechasse os olhos, para continuar não ouvindo enquanto tu (en)cantavas pertinho de mim sobre a vida.
Remendando a minha alma quebrada com esse toque macio - com esse amor sincero. Mesmo como estava podia ver. Sentindo. Como é bom, como me faz(ia) bem...
Todos os anos que me restam por só mais 5 minutos.
Em casa, continuou a falar no WhatsApp. Não entendia os caracteres. Pareciam aleatórios. Em nenhuma língua conhecida. Fiquei preocupado...
De repente, abro os olhos. Só. Deitado e espalhado na cama. Ouvindo um som estridente que trinca o meu espírito de cristal cada vez mais, a todo segundo que passa.
“ACORDE”. Não! Não quero acordo... Quero o acorde de quem ainda há pouco cantava perto de mim.
Maldito despertador - e tudo que ele representa!
O gosto doce do sonho bom na boca - que agora vai sumindo devagar...