A verdade é que eu não tenho idade:

Não sou gente grande o tempo todo.

As vezes faço palhaçadas, brinco de me esconder, dou um abraço de urso, mas choro sem ninguém perceber.

Tem dia que tenho uma coragem absurda, no outro até o escuro me assusta.

Confesso que as vezes, ainda me deito no chão, e procuro desenhos no céu. Já vi ursos, elefante, e até um barco de papel.

Pior é quando vejo um balanço, quero voar até o céu.

Se aparece um plástico bolha, minha maturidade vai pro beleléu.

A vida de adulto é boa,

mas a da criança que vive em mim, é que não me deixa cair. E quando caio, lá no fundo ela me diz, ei levanta daí? Foi só mais um arranhão, assopra que amanhã vem a cicatriz.

E assim sigo a vida,

pisando na ponta do pé, empilhando algumas lembranças, e as vezes querendo um cafuné.

Poema Autora #Andrea_Domingues ©