desesquecimento poético
Sempre me encontro quando te cruzo
nas noites gélidas ou nas madrugadas insones.
Fico aguardando o sol abrir a boca
e eu lhe dar um bom dia.
Furtam-me os sentimentos
Em lances de egolatria,
Mas é a vida viva nessas horas.
Vejo no céu muito mais que estrelas luzidias,
enxergo o rosto quântico de Deus
e o atemporal de um tempo diferente,
longe da carne, da carne ausente...
sol do espírito, energia da mente.
Administro venenos incomuns,
Indizíveis ao mundo,
só meus. Tristemente meus!
E o dia nascido me facilita o servir
para me redimir dos erros constantes
que não me permitem ficar longe
do Ser, do Homem
Vejo um grosso pavio e uma pequenina chama
ainda acesa,
cheia de medos,
que não se desacorda.
Crucifixo-me para ressuscitar-me
Talvez sem necessitar mais da carne,
Esse vapor ardente dos meus desejos!
Por fim, olho em minha face, a face da vida
e entendo que não é chegada a hora de nenhuma despedida
e acomodo-me na esperança de que rearmaremos a vida
com o maior amor das estrelas, entre dores e sorrisos,
longe da morte...
bem próximo de uma nova vida.