Um adeus a esperança

Perdido em uma floresta

Repleta de farpas.

Num labirinto de farsas,

Jogado às traças.

Aqui. Felizmente

Ou infelizmente, nada me ameaça.

Aqui. Definitivamente,

Vivo o absurdo da desgraça.

Tentando desesperadamente

Remendar meus cacos,

Antes que eu me despedaça.

Num grito de dor e desespero,

Eu grito à esperança.

Para que ela não parta,

Meus gestos são inúteis

Não importa o que eu faça.

Ela partiu. Pra longe de mim fugiu

E o pior de tudo, é que eu, fui o comparsa.

Como uma embarcação.

Subiu âncora e içou as velas.

No peito deixou uma imensa parede de sequelas.

Sumiu na neblina

Para além do horizonte.

Separados pela imensidão do mar e das colinas,

Lá, onde o sol se esconde!

Na verdade, eu não sei pra onde,

Mas é muito, muito longe.

Sem olhar pra trás,

Ela se foi.

E como sempre eu não tomei partido...

Bem na ali, na beira do cais.

O som das ondas à levando

Até hoje entoa em meus ouvidos.

Um passo para trás,

Eu dei. E aceitei.

Ali, com os pés na areia

Eu assisti à sua ida.

Sem voz, nem desejei boa viagem.

Minha incapacidade

Foi o pivô de sua partida

Eu nadei,

Nada dei.

Pois, nem mergulhei e morri à margem.

David Wanes
Enviado por David Wanes em 19/03/2019
Código do texto: T6601747
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