Amores sob o luar...
Por que não ouves
no silêncio de minhas palavras
o clamor de minha alma?
Surdo, o coração lamenta e chora,
grita sufocado de amor e dor,
quase indo embora.
No céu, vejo na segunda noite, a lua linda,
e tu, tão jovem como uma menina,
nada dizes, nada falas...
outro silêncio morto que sufoca tudo!
Hoje meus olhos acariciaram tua face...
estavas linda, natural como o sorriso das crianças,
cabelos molhados, mão sem as antigas alianças,
como se pousasses para meu amor se divertir
com o teu ainda descontido de nós.
Basta visitar-me e serei o mais feliz dos homens.
Carrego na pele a ilusão da espera e a força destes versos
que te leva e traz saudades do que jamais foi meu.
Dou-te meu mais doce beijo.
Dorme bem, o que já não fazes nesses dias,
e mesmo que a insônia te maltrate,
deita, dorme, abrace em os sonhos fugidios,
mas que amanhã, novamente, a lua seja nossa,
e nosso amor, ao menos silenciado, seja farto!