Vazio

Caminhando de cabeça baixa não viu

A folha prestes a cair

E dançar até o chão

Como barco em mar calmo

Também, nada era mais tão importante assim

Apenas os passos

Que o levavam do nada ao lugar nenhum

Sentou no banco, purgando os pensamentos

Não viu o pássaro com o ramo no bico

Decerto iria continuar com a obra da Criação

Multiplicando seus descendentes

Continuou sem se importar

Olhou suas mãos, dedos e marcas

Apontamentos passados, furtos de dignidades

Roubos de sentimentos e palavras

O dia foi passando

Levantou-se e continuou seu descaminho

Flores e árvores eram só borrões e sombras, escuras

Não viu a moça que, com pensamento secreto, o desejou

Não desejou estar ali desse jeito

Sua barba e cabelo refletiam seu estado

De desânimo que não passava

Buscava a rima e não queria prosa

Procurava desvelar suas idéias para o vazio

De repente, sentiu uma mão quente

Pairar sobre seus ombros

Não era ninguém, apenas o tempo avisando

Olhe para frente, flores nascem nos lugares mais difíceis e vencem!

Scrittore
Enviado por Scrittore em 06/07/2018
Código do texto: T6383114
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