JANELA
Para que servem minhas asas,
senhora gaiola?
Eu não entendo este arranjo
Quando nasci já estava assim
Mas quando consegui sair
Dona Sabedoria,
Pensei que estivesse aqui...
Quis fazer do meu jeito
E Deus do Céu!
Só pra ficar mais torto
Eu tinha as cartas e as preces
Só não tinha o endereço
Jogaram a semente do que não tinha conserto
Eu aceitei
Pra lá e pra cá
como brinquedo quebrado
Carregando nos ombros
meu próprio jardim esquecido
que não recebeu cuidados
Chorei calado...
Doía viver...
Mas com Suas lanternas em meus pés
Abro os olhos pela primeira vez
Ouço minha respiração
Tenho fôlego, força e lar
Amor para seguir, luz para levar
Porque havia comigo o escuro
Mas hoje eu sei sobre o espelho
E sobre o Seu amor verdadeiro
Caminho seguro para nos guiar