"Um Poeta que não era menino"
Há um poeta menino
debruçado na janela
que tece o tempo com seus olhos cor de mel,
que teima em manter-se imóvel e calado
apenas deslumbrando-se com a vida passando.
Por entre seus suspiros em sonho, gritei !
"Ouça a minha voz poeta...
minhas palavras ao contrário,
que tentam dizer o que há.
Essas palavras incompreendidas,
eruditas e profundas...que moldam desejos,
anseios e mundo"
Mas o poeta não era menino
era um homem, que disse-me
"Antes que desapareça,
apresente-me suas verdades"
Estendi meu longo tapete de sonhos
reluzente,
cor de prata,
repleto de palavras e sons.
Onde permanecemos
eu e o poeta
decifrando minhas palavras,
cores e anseios
...e descobri que meu tapete era real.