Esperança
A esperança se aquietou em dezembro...
Permaneceu imóvel em janeiro, fevereiro,
Em março recobrou vida, se bem me lembro;
Voltou a adormecer em abril, no dia primeiro.
Segue, como quem partiu, olhando para trás,
Passa vielas e vales, assopra velas, come bolo;
Amadurece por fora e com a criança vive em paz,
Essência não se extingue, renasce no duro solo.
A cada nova estação, da semente nasce a poesia,
Regada pelas lágrimas da chuva, que outrora caia;
Foi dezembro, levada pela mão, tinha até um nome,
Hoje simplesmente passa, invisível, feita em codinome.