choro vazio
quisera existisse um povo cativo
que às vezes não fosse tão indutivo,
e visse com olhos extasiantes
as coisas nem sempre mais importantes
quisera do olho ser o guerreiro
pra me combater o tempo inteiro,
que a chuva não fosse a ingratidão
que molha o terreiro e a alma não
quisera escrever só pras borboletas
pra que elas levassem as minhas letras,
que quando as corujas me enxergassem,
falassem também, mas me escutassem
que houvesse na sombra mais que um abrigo
pra que eu não chorasse tanto comigo...