Presa no Deserto

Debaixo de um sol causticante

Pela areia quente, eu ando errante

Não sei se devo parar

Ou se devo continuar

Só sei que nesse imenso deserto

Perdida eu estou

Nada vejo além da areia

E o sol que provoca o terrível calor

A areia quente fere os meus pés

Tornando mais difícil o meu caminhar

As tempestades de areia

Envolvem-me, ameaçando me derrubar

Eu ando sem parar

Mas pareço não sair do lugar

A dúvida e a angústia estão a me atormentar

Parece que jamais alcançarei

O manancial para minha sede matar

As forças esvaíram-se e só penso em parar

A beleza da esperança me abandonou

E a triste incerteza me abraçou

Deixando-me mais vulnerável e cheia de temor

Se eu corro o cansaço se apressa a me tocar

Se eu ando calmamente

O sofrimento tende a aumentar

Estou cercada sem saber como escapar

Mas rompendo a forte luz do sol

Eu ergo os meus olhos e encaro o céu com temor

É quando vendo as nuvens azuis eu venho a lembrar

Das águas do manancial, por mim tão desejado

Aquela imagem alivia minha dor

E imediatamente os céus ouvem o meu clamor

Quando uma lágrima quente eu deixo derramar

E é esta lágrima que o calor do deserto faz aliviar

Sem desviar o olhar eu continuo a caminhar

Guiada pelas nuvens eu permaneço a buscar

O manancial que do deserto me tirará