"Pérola Negra"
*Tony Bahia
Sou apenas caranguejo,
Querendo ostra ser
No crepúsculo do inverno
Amanhecendo
Pérola negra.
Feiticeiro e curandeiro
Das matas sutis da Amazônia
Que tudo alumia e apedreja.
Insônia!
Sou apenas um menino
Minha'alma não cresceu
Fiz tantos desatinos
Que o Luar
Estremeceu....
Sou apenas um marasmo
Habitando o fundo dos mares
Que ri dos seus sarcasmos
E dos luares.
...Foram através dos muros
Que desabaram sobre mim
Que construí pedra sobre pedra
A Vida dos meus Versos
O que restou nos confins?
Do universo?
Versos na vida dos meus Jardins.
E assim sou eu quem sou
As vezes pedregulho
As vezes um sopro
Um marulho no mar
E andando por vielas
Nunca dantes navegadas
Sem orgasmo, sem barulho
Fui fundo
Cheguei ao cais
Num mergulho profundo.
(..)
Sem medir o empenho dos anos
A rochosa e negra pérola
Caiu mediante desencantos
Assumindo papeis valiosos
Não perpetuando seus encantos.
Celebrando os acasos feridos
O brilho negro exerce paixão
Lembranças, não fatos concebidos
Retidos em palavras, remissão
Um fraterno desejo em relação
No toque do ar, melodia
Caíra a dor em revelação
Onde a pérola nasceu, sorria
Sou margens que clamam atenção
Me nego a rever os extensos passos
Na memória, falhara a constelação
Que habitara em mim, devasto
Detalhes tomam uma perspectiva
A serena alma amadureceu
Sem ao menos desvelar, evasiva
Tornou-se preciosa, sem o toque do breu...
* Will Ackles
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(Dueto que engrandeceu uma obra esculpida pela alma de poetas).
*Não escrevo o que vejo, mas revelo quem sou..."