Vale das Letras
Reza à lenda,
Trezentos marcharam
Ao vale da morte,
Apenas um escreveu
À história.
Mesmo que a poesia
Levasse-me
Ao vale das sombras,
Jamais desistiria do verso,
Do estro encouraçado
Nas entrelinhas,
Nos defeitos,
Nas virtudes da diva,
Eleita quando os cabelos
Ao vento dançam.
Hoje mais uma linha,
Mais uma lamparina
Adentrando pelo breu,
No telhado o músico toca,
À noite vem caindo,
E o cálice, bebe do vinho.
Não temo, à morte em corpo, em alma,
Temo, à vida sem arte, sem poesia.
23/11/2014
Porto Alegre - RS