Vou ar (desejo improviso)
É preciso voar
Até pra onde o vento não permitir
E as chuvas só chovem latentes e lentas.
Se não tiver onde, a gente inventa
Mais jeitos de novo pra se omitir?
É preciso voar
Até onde a Terra interrompe o girar
E os corações se couraçam inteiros,
Se não tiver como, não vá desespero
Pra própria lágrima, se anular.
Porque é preciso voar
Sobretudo pra reencontrar sua vez
De reabitar cada reza e riso
De cada céu rosa em rasantes juízos
Que em desaviso não contam até três.