A CASCA

Visto o corpo e me arrasto pelo mundo

Uma casca exposta às intempéries diversas

Depreciando-se no correr dos anos

Ressecado pela ação do tempo.

Mas continua sendo corpo, somente casca

Arrasto-o com minhas últimas forças

E ele não me vencerá

Pois por fora, casca.

Por dentro o cerne da certeza, da esperança

De juventude carregada, mesmo escondida na casca.

Não me vencerás, pois o arrasto com vigor.

Venha!

Casca, corpo, matéria simples e pura.

Não vencerá as lembranças que guardo fora de tí.

Nem as esperanças, os sonhos!

As inquietudes da alma, do ser, sem casca.