O MUNDO, A DOR E O CORPO
Há uma dor no mundo!
Uma chaga aberta no peito,
Ferida que não se fecha
Na coluna cervical
Dos nossos sentimentos...
Há uma dor no mundo!
Dos pés cansados
Que caminham lentos
Na busca das consciências
Inconsequentes
Há uma dor no mundo!
Pulmões agredidos e devastados
Das nossas florestas!
Nossos corações latejantes
Pelas impunidades!
Há uma dor no mundo!
Dos dedos criminosos
Que acionam os gatilhos da morte...
Das mãos enlutadas sendo abanadas
No último e derradeiro adeus...
Há uma dor no mundo!
Dos intestinos imundos
Fétidos e podres, politicamente
Silenciosos nas bocas que se calam
Diante das urnas
Há uma dor no mundo!
Que nenhuma anestesia
Consegue acalmar:
A dos joelhos que não se dobram
Diante do nosso, Senhor Todo Poderoso!