A CHAMA
Se te partiram, cruelmente, o coração
Em pedaços mil, em mil caquinhos,
Segue em frente, não se desfaça em prantos...
Faça por onde juntar os pedacinhos...
Se sentiu queimar-se na paixão,
Consumindo teu corpo de mansinho,
Respira uma brisa de renovo
Para o desejo sumir no remoinho.
Se sofreu cruel desilusão
E há decepção em teu caminho,
Perdoa, esqueça, não te prendas.
Refaça teu sonho em desalinho...
Se foi amargo alvo da traição,
Sentindo-se morrer devagarzinho,
Não olhe para trás, siga adiante,
Hás de esquecer um fato tão mesquinho.
Queima tudo, reduz a dor a nada,
Sopra o resto no tempo, volte à Vida.
Não se deixe ficar amargurada,
Lamentando uma ilusão perdida.
Verás que em meio aos restos da lembrança,
Dessa cinza de dor que em ti clama,
Com o nome maravilhoso de Esperança
Nascerá, brilhando, nova CHAMA!
Rachel dos Santos Dias
7ª Menção Honrosa no I Concurso Nacional de Poesia do CEPAC