O ENCONTRO COM A MORTE
Ah, dona morte! Como vai?
Se do teu sopor que tu sai,
Qual me visitas hoje assim,
Uma razão de certo o teria,
Sei que não é uma cortesia;
Deduzo que seja o meu fim?
Creio e digo que ainda é cedo,
Não tenho ou guardo segredo,
Porque vivo de intenso amor;
Nunca tive a falta de respeito,
Não fiz do mal ser meu eleito,
Erraste o endereço, por favor!
O meu sorriso é sempre belo
E nem sou amigo do flagelo,
Porque a vida me deu sorte!
Se cometi um ou outro erro,
Que motivos para o desterro
Teria eu, diga-me dona morte?
Se a traição é uma cobrança,
Aí, se finda minha esperança,
Pois, trai sim, mas foi só isso!
Se outra forma de pagamento
Me mostrares neste momento,
Eu aceito logo o compromisso!
Ah..., de um fato me lembrei,
Que a muito tempo eu adotei!
Não quero tomar o seu espaço,
Mas, a poesia é o meu alento,
Até provo ter este documento.
E prometo: O mal não te faço!
Provo por linhas em versos,
Que pertenço aos universos
Do poeta que morto ou vivo,
São sagrados na eternidade.
E nesta leitura de felicidade,
Pelas minhas obras te privo!
E eu, te proíbo já na entrada,
Pois, daqui tu não levas nada,
A poesia minha é muito forte!
Fala de Deus e dos destinos,
Portanto, toque os teus sinos
E siga em frente dona morte!
Leve só quem o mal venera,
Que mata a nossa primavera
Ao renascer de cada criança!
Mate o preconceito na terra,
Enterre o mal com a guerra,
Pra que a luz seja esperança!
Cara amiga! Muito eu sinto,
Mas, saia deste meu recinto!
Pra você só sobra as trovas,
Que em enleios eu escrevo,
Porém, pra ti eu nada devo;
Falta pretexto, falta provas!
Enfim, agora eu vou seguindo,
Como se fossem flores abrindo,
Para esta tal morte eu espantar!
Ah, vejam! Dela sobrou corações,
De quem escapou das emoções
De morrer, pra outra vida plantar!