CONTRAPONTOS
Germino em meio ao deserto dos desenganos
Cresço encarcerado pela animália humana
Floresço nas adversidades dessas desventuras
Frutifico no natimorto pomar das ilusões
Planto sonhos em solos de terras ignóbeis
Rego plantas dos mais mortais venenos
Colho flores no jardim das vãs ausências
Como dos frutos da hipocrisia superficial
Bebo das águas fluidas de sangrentas fontes
Canto para medíocres e insolentes ouvidos
Danço sobre os espinhos das oníricas desilusões
Vagueio pelos labirintos dos inconseqüentes
Ingiro dos remédios das mentes mais que insanas
Fito meu olhar em longínquos paraísos invisíveis
Desato todos os nós de supérfluos intempestivos
Acaricio as feras dos infernos mais beligerantes
Desafio os mais insurgentes dos contrapontos
Tudo para seguir os ensinamentos da persistência
Que faz imorredoura em mim essa tenaz esperança
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