TELA DE LONGA VIDA
TELA DA VIDA LONGA
Cabeça dos Dedos
(pseudônimo)
Na minha longa vida 87ª. vejo e sinto
Na própria pele o envelhecimento.
O espelho me mostra a face vincada,
E dos que convivem comigo na idade.
Também relembro o falecimento
De dezenas de amigos e conhecidos,
E desconhecidos famosos igualmente
Além de muitos dos parentes e afins,
Cuja saudade alimenta a memória.
Porem o que mais me constrange e dói
É observar o envelhecimento dos filhos
Lembrando me delas quando crianças
Que abracei e beijei suas rosadas faces,
Acariciando-as com o amor e zelo de pai.
Depois já jovens e prontos para vida,
Filhas casadas e gerando netos
Neto gerando terceira descendência
Cujas maioridades não alcançarei.
Outras e outros com destinos diferentes,
Mas todos com sonhos e ideais,
Alguns objetivados e outros ainda a realizar,
Mas a idade vai enrugando suas peles.
Suas jovens faces perdendo o brilho,
As imagens da vida eles estão vivendo
E vivenciarem com o pai, avô de bisavô,
Quase surdo, senil e rabugento, porem
Ainda tentando viver e acontecer
Para exemplar o bem da vida:
Vivo é que se deve morrer.