Menina
Eu não tenho mais este jeito de ontem,
assim natural, assim espontâneo,
assim meigo e singelo,
nem estes olhos marejados de encanto e beleza,
nem este sorriso tão acompanhado de mim mesma.
Eu não tenho mais este rebolado
faceiro tão cheio de compasso
que arrancava suspiros de muitos carnavalescos;
eu não tenho mais este coração
que conquistava tanta gente
e desarmava qualquer valente.
Eu não me dei conta desta mudança,
tão previsível, tão possível.
Em que outro baile de carnaval
posso reencontrar-me com
esta menina que fui?