Zênite

Quem me julgará por buscar algum conforto

Do caos diário ao ser humano imposto

Labuta no sol a pino ferindo o rosto

Cansaço no zênite do meio-dia?

Quem me levantará o ânimo morto

Se afastado da poesia a contragosto

Se o próprio vinho surge de seu mosto

Não poderia aproveitar-me de minha abadia?

Não vejo razão para qualquer contradita

Embora adepto do expressar-se livremente

Nada alteraria a necessidade premente

De modo a livrar-me da melancolia

Aninhar-me em uma alcova menos aflita

Rimando o amor com amizade patente

Ao buscar prazer com bela confidente

E refugiar-me de volta em minha poesia.

Alberto Busquets
Enviado por Alberto Busquets em 15/09/2012
Código do texto: T3883966
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.