A borboleta e a tempestade
Grassa a forte tempestade lá fora,
uma borboleta entrou pela janela;
sem pedir, havia uma fresta, ora,
bem que poderias fazer como ela;
dado que, ventos sonegam o voar,
e chuva incita-a pra buscar abrigo;
eis os dois braços, plenos de lugar,
corra depressa se abrigar comigo;
não por fresta, escancaro a porta,
da casa, do coração, té do quarto;
ignore de vez, a quem se importa,
priorizo-nos, e à plateia descarto;
eis mesa toda posta, evite esfriar,
sabor pleno está no prato quente;
nem imaginas o quão fácil te está,
acredite, pois, mãos à obra, tente;
meus calientes anseios na torcida,
certos que farás um gol de placa;
daí voltará o bom tempo, querida,
pra que servem, o queijo e a faca?