O rebrotar do pássaro negro



Noite estrelada, penumbra incerta
Pássaros não voam, trêmulos vassalos 
Árvores ouço, bailam em estalos
Como ave ingênua que se assombra
escondo-me da minha própria sombra

Em desatino acuso meu frívolo destino
traiçoeiro da minha mais lhana sorte
a mostrar-me a face fecunda da morte
falseada tal perene fonte
a nutrir minh´ alma em vil desmonte

Lavo o chão que me sustenta
grão por grão em choro, desfalecido
vejo a noite que jaz me consumindo
dela já não se ver nenhum vestígio
só o gemido fúnebre de meu súplicio

Na agonia temporal da lúgubre bruma
de súbito minha sombra não me apavora
Vislumbra-se o alvorecer que outrora
perfilava-me com a linha do horizonte
Minh´alma desabrocha, infindável fonte
refrigerando o pássaro que ansioso 
emerge de mim frenético, sôfrego, fogoso.

*****


Poetisa Eterna Zetética
15.03.12 - 19:59


Dia de sol
Sombra se faz
Ganha asas e voa
feliz liberdade


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Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 15/03/2012
Reeditado em 24/03/2012
Código do texto: T3555582
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