O rebrotar do pássaro negro
Noite estrelada, penumbra incerta
Pássaros não voam, trêmulos vassalos
Árvores ouço, bailam em estalos
Como ave ingênua que se assombra
escondo-me da minha própria sombra
Em desatino acuso meu frívolo destino
traiçoeiro da minha mais lhana sorte
a mostrar-me a face fecunda da morte
falseada tal perene fonte
a nutrir minh´ alma em vil desmonte
Lavo o chão que me sustenta
grão por grão em choro, desfalecido
vejo a noite que jaz me consumindo
dela já não se ver nenhum vestígio
só o gemido fúnebre de meu súplicio
Na agonia temporal da lúgubre bruma
de súbito minha sombra não me apavora
Vislumbra-se o alvorecer que outrora
perfilava-me com a linha do horizonte
Minh´alma desabrocha, infindável fonte
refrigerando o pássaro que ansioso
emerge de mim frenético, sôfrego, fogoso.
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Poetisa Eterna Zetética
15.03.12 - 19:59
Dia de sol
Sombra se faz
Ganha asas e voa
feliz liberdade
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