INTROVERSÃO...

I

Eu traço retas

De todos os traços

Paralelas, obliquas figuras

Frias, sem fim,

Teço teias, árticas, sombrias

Conluio de retas

Todas em torno de mim..

I I

Sem razões de destino

Transcurso descontinuado,

Loucas, secas e tão poucas

Minha eira sombria

Terreno ribeirinho

Triste, porque sozinho

I I I

Quem pede, assume

Ilusão que destoa

Paixão aflita

Alma sem rumo

Vida doida sem aprumo

Eu no consumo de nada..

IV

Só assim a linha é infinita

Aquieta, arranja e atiça

Fantásticas, intemperadas, retilíneas

Não há nada mais certo, claro, juro...

No meu peito a dobra do sentido

No coração, a beleza do amor!

V

Paralelas, cortantes,

Todas vazias, estáticas

Díspares, despertas

V I

Desligados fios

Frios, sem fim,

Retas desertas, incertas...

Deixo de tudo,

Deixo de ser

Deixo a memória

Deixo de mim

Enfim,

Só não deixo você!