Ainda sangro
Ainda sangro
Estou atolado em um banhado
na escuridão de um pântano,
observando o paraíso d'outro lado
um anjo que voa entre as nuvens
me encarando
não sei se me chama ou se me quer longe
posso sentir no vento suas asas, retumbantes
que chegam ao pântano, meu lar
como um brilho em minha morada
de tragédias e desgraças.
Num suspiro, como último
disponho-me a andar mais um pouco
em direção aos meus sonhos,
quero nunca parar!
sair, talvez, deste chuvoso pântano
a caminho do sol, do anjo.