No alvorecer do amanhã
Hoje tudo é dor, cinza e destruição.
Amanhã, quem saberá o que há de vir?
Hoje me contento com o pouco
regozijando-me como se fora um muito...
Hoje sonho com cadeias e prisões
como se fora a mais doce liberdade que existe...
Hoje construo muros de vento e neblina
e ainda penso ter erguido realmente uma fortaleza...
Hoje dou gargalhadas do absurdo e do infame
crendo ri-me da mais ilária comédia que já houve...
Hoje consumo meus dias com o nada
gasto minhas forças no vácuo
queimo calorias correndo pra o incerto
e, na chegada, ainda reinvindico uma coroa de louros...
Ah! Mas o amanhã será glorioso!
É só crer e esperar,
com todo amor que possamos encarnar,
e nada mais será como antes, nada mais, nada!