Do vento e do coração
Quando o coração parece palpitar dores,
Ou eu confuso penso que ele parou,
Desistiu, fechou os olhos e chorou,
Entre o silêncio do físico e o surreal,
Ouço o bradar do vento, que diz no silêncio,
Que fica em silêncio e mantém meu silêncio.
Acompanha-me a solidão, só ela e eu, assim apenas,
Dias cinzas, sem cor, sem som, sem vida,
Esperança, esperança soa como nota celestial no silêncio,
Batidas de um coração sem esperança,
Que ainda palpita esperança.
Em algum lugar há o que se espera,
Em alguém há essa nota,
Sempre em meio ao monocromático floresce uma rosa,
Às vezes no veneno há salvação.
Coração ainda pulsa, chora, está vivo,
Esfria, mas aquece com a nota esperança,
No porto solidão meu barco está ancorado,
As ondas tempestuosas batem lavando a alma,
Mistura de mar, lágrimas e eu.
E agora o vento vem suave novamente,
Do vento som de solidão, do coração som de esperança,
Fecharei meus olhos e sonharei,
E só voltarei no dia que prevalecer o som da esperança,
Que pulsa o coração.