PLENITUDE
Ainda que eu também sinta,
O passado aqui tão presente;
Não minto, escrito nesta preta tinta,
Onde eu existo mesmo que ausente,
Como uma sombra na minha mente.
Pois, o que de mim lá partiu,
Trago de volta por onde fluiu...
Jamais me seguirão, nem no antes
Nem no depois, dos sonhos distantes.
O que foi a dor, volta em lamento,
Do que sobrou em meus pedaços;
Chorando ao rir, de uma falsa alegria,
Não engano o que eu fiz em juramento;
Que foi levado pelo tempo em abraços,
Na distante plenitude que não morreria.
Ainda que eu também chore,
Pelo futuro que não é mais meu,
Deixo sentir, antes que demore,
Minha força nesse cantinho seu.
Pois, todos o que somos já existiu,
Não voltará o destino que lá sumiu.
Dentro de acertos sobraram os errantes,
Mentindo para felicidades tão ausentes.