AS CORES DA HUMANIDADE
Do negro, faço a tinta que escorre em poéticas palavras,
No lamento da liberdade racial que demora a aparecer...
Do negro, retiro o escuro manto de todas essas nossas
Vergonhas, que nunca existiriam no seu modo de viver.
Do negro, queimo o livro dos pecados das nações,
Que na forma de império esqueceram as multidões.
Do negro, retiro a força de Zumbi dos Palmares,
Para que na negra noite de estrelas reluzentes,
Observemos os gritos de alforrias nos olhares.
Dos amarelos, quero sempre esse sol nascente,
Para ofuscar a dor do massacre de tanta gente.
Dos amarelos, quero a inteligência e sua simplicidade.
Os costumes milenares, a beleza em sua naturalidade.
Dos amarelos, em todas as cerejeiras quero ver a floração,
Espalhando essa linda cor rosa, dentro de cada coração...
Dos amarelos, peço-lhe a paciência de Confúcio pensador,
Para que a filosofia de vida se resuma em amor e não dor;
Onde o recomeço irá marcar o desejo de Jesus o salvador.
Dos brancos, peço a igualdade que não selecionam humanos,
Para que nem em pensamento eu ouça a palavra preconceito.
Dos brancos, quero distribuir o perdão pela voz desses insanos,
Dar um grito de vitória que está nascendo dentro do nosso peito.
Dos brancos, retiro todas as maldades num grande exorcismo,
Para que em cada canto do planeta ele exerça a lei, o civismo.
Dos brancos, quero fazer da paz uma linda e enorme bandeira,
Onde estará escrita uma mensagem que seja única e verdadeira.
“Entre os seres humanos o respeito vale uma nação inteira”