A Dança
Como é longa a espera e saber-te tão distante
Todos os dias fustigada por saber como é teu dia
Como é amarga a distância e não poder tocar-te
E amar-te é só da minha vida o que eu queria
Como é áspero o lençol que me acoberta se debaixo dele não estás
E árdua esta vida se teus lábios pra beijar não tenho mais
Adormeço e espero pelo sonho que não vem
Peço a Deus: - Deix’eu sonhar com meu amado, por favor, amém
Como é triste não poder ter teu abraço em cada chegada minha
E não ter para quem “com amor e carinho” dedicar minhas poesias
Sigo a vida na tortura insana de não ter mais motivos nem causas
Esperando o fim, que nas entrelinhas da vida, só será uma pausa
Para quem sabe encontrar-te, onde a vida não faz show nem arte
Do outro lado, onde os corações infinitamente se amam
Sem ter condição, sem ter porque, ou ter senão
Só sentem, se doam e de nada reclamam
Neste dia vou dedicar a ti minhas canções, odes e pensamentos
Dedicar-te-ei também o fim de todo esse tormento
Que nesta vida sem ti, eternamente me assolou
De tudo somente a ferida que nunca cicatrizou
Vou beijar teu rosto, e dizer-te mil coisas sem palavras
Apalpar tuas cãs, se é que velho serás
E pedir-te algo que em mim guardado ficou:
- Querido, vamos continuar aquela dança de uma noite de estrelas que nunca se acabou!