TIRASTE-ME O FAROL
Quem um dia foi meu farol
Hoje me tiraste a luz.
Já foste meu porto seguro.
As pedras na arrebentação
Já furaram meu casco.
A deriva dos meus sentimentos
Só dependem do vento,
Em qualquer direção.
Tudo é um cinza sem graça,
Um sol que se esforça,
Uma nuvem que não muda,
Uma sombra que não abriga.
Dizem que tem pessoas,
Que em algum momento
Levam a nossa alma,
O nosso prazer,
O nosso sorriso.
Mas eu preciso voltar a amar,
Tenho que mudar essas estações.
Enfrentar o bandido
Que me ataca de mascara.
Ainda tenho atado ao meu braço
Uma corda.
A corda da esperança,
Da vontade de escalar,
De subir a torre novamente
E acender a lâmpada,
De outro farol é claro,
Para me trazer em segurança,
Ao colo de um novo amor.
Di Camargo, 18/05/2010