Fora de Proporção
Ah! Essa convulsão,
Essa implosão,
Que transborda
E treme a corda...
Essa ardência,
Essa clemência,
Que me põe pra fora,
... Tão fora de hora...
Meu emocional em brasas,
Sacode as asas,
Não sei ao certo se para aplacar,
Ou para decolar...
Pra que esse pulsar insano,
Além do humano,
Que quebra pedra
E escala a serra?
Pra que esse sentir alucinado,
Consternado de tão exagerado?
Parece que me misturo com o mundo,
No sentido mais passional e profundo.
Parece que não há divisão,
Entre a vida exterior,
E o meu interior,
Tudo me arrebata em alguma proporção.
Meu coração, coitado,
Já tão desgastado,
Fica desorientado,
De tão sensibilizado...
Uma obra de ficção em tempo real,
Contínua,
Por demais, exímia...
Mas, assustadoramente,
Imprevisivelmente,
Excepcional!