Panacéia
Se eu pudesse criar o remédio universal,
que acabasse de vez com todas as dores do mundo.
Se eu pudesse injetá-lo em doses maciças nas veias dos homens.
Não usaria respeito na fórmula, nem união ou solidariedade.
São todos paliativos. Não curam o mal principal.
Não usaria compreensão, tampouco amor ou esperança,
e nem paciência eu usaria. Eles não são o remédio,
são apenas os efeitos dessa cura há tanto tempo esperada.
Não os efeitos secundários dessa terapia efetiva,
mas sim os efeitos principais na maioria dos casos,
pois sempre haveria os que não responderiam ao tratamento.
Meu “Elixir Para a Cura do Mundo” conteria somente EMPATIA,
no seu estado mais puro e fundamental.
O homem deixou de reconhecer-se no homem,
não se põe mais no lugar de ninguém.
Antes não de dava conta da doença.
Agora se orgulha dos sintomas.
E os governos então, tendo minha fórmula sem nenhum custo,
(eu abro mão dos direitos desde já e também meus herdeiros)
aplicariam “Empatia” em todas as crianças dos zero aos cem.
O mundo não encontraria a cura afinal?
Sim, nas crianças doentes e nas sãs.
Junto às vacinas obrigatórias.
Assim em três ou quatro décadas o mal seria erradicado
pois estupidez não se cura de uma hora pra outra.