Mais Uma

Ainda havia mais uma lambada,

Mais uma chibatada...

Mais um alarme falso

Ecoou insuportavelmente alto.

Eu acreditei

E me empenhei.

Mais uma vez me desapontei.

Estrondosamente me decepcionei.

Caí de um arranha-céu

Numa poça enorme de fel.

Estatelei-me cinematograficamente

E o pior, conscientemente.

Cheguei a sentir certo alívio,

Imaginando ser o fim de todos os suplícios...

Novamente, a minha história contrariou

Alguns princípios básicos esotéricos.

Provocando-me um desgaste homérico.

O complicado novamente se apresentou,

Desabonando a máxima “querer é poder”.

Conjuguei novamente o verbo perder...

O tal pensamento positivo também falhou.

O sol, simplesmente, não raiou.

Entretanto como sou pós-graduado em sobrevivência

Aqui estou recolhendo os cacos com paciência...

O impacto arrancou da cebola, mais uma camada.

Sinto que minha mente deu uma arrancada...

Uma força nova despontou

E me ancorou.

Apesar de estar longe da conquista,

Não me sinto a deriva.

É verdade que não tenho a menor ideia

Do que me espera,

Do tom da quimera.

Recolhi-me à particular colméia,

Reino absoluto do afeto,

Onde o céu é o teto.

Executei algumas mudanças,

Para aplicar na próxima bonança.

Ela será inesquecível,

Acima do concebível...

É o que me diz o coração.

É o que leio em cada grão,

Do cósmico chão.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 29/11/2009
Código do texto: T1950281