o furacão
as patas de pé de coelho
na neve, o olho vermelho
o furacão é que vinha
parece que era o que convinha
destroços se aproximavam
no meio de um clima nostálgico
havia ainda a melodia
a Natureza sabia
que de tudo se desconfia
só do coração é que não
o gelo partindo-se ao meio
a foca com certo receio
passou por perto um tubarão
não sei do meu terno de linho
não sei onde faço meu ninho
se lá no meu Méier, Bangu,
se em Coelho Neto, Gramacho
só sei que sem quem amo eu acho
que tomo qualquer direção
que o furacão permitir...
Rio, 08/07/2009